Até o fim do ano, Santa Maria será a sede da 3ª Divisão de Exército (3ª DE), concentrando o comando de mais de 23 mil militares e se consolidando como o polo com o maior efetivo e o poder de fogo da América Latina. Resta à região aproveitar o montante de recursos e de pessoas qualificadas que chegarão a mais, e também a fama que a região conquistará no meio militar.
Para o coronel Almeida Rosa, que trabalha na comunicação da 3ª DE, a cidade já está sendo percebida e identificada, no Brasil, como um centro de treinamento, sobretudo pela presença do Centro de Instrução de Blindados. Mas ele acredita que, com o tempo, será uma referência internacional:
_ Daqui a alguns anos, será comum falar de Santa Maria em qualquer lugar do mundo. Dois dos três tipos de simulação que serão possíveis no CAA-Sul já são feitas aqui há muito tempo, que é a construtiva, para os comandantes, e a virtual. O que o centro possibilitará é a simulação viva, no campo, e a integração das três. E o Brasil quer fazer isso com tecnologia própria. Se conseguir isso, mesmo que nossas fábricas não exportem, criaremos uma expectativa nos outros países.
Para o coronel Giovany Carrião, coordenador do Núcleo do CAA-Sul, investir nesse tipo de centro significa garantir a paz:
_ É o que chamamos de poder de dissuasão. Um país que saiba que temos um centro como o que teremos em Santa Maria pensará algumas vezes antes de permitir algum tipo de conflito com o Brasil.
_ O eixo formado por Santa Maria e Rosário do Sul está ficando muito importante para o Exército e para a Força Aérea nos últimos anos. É uma mostra da tendência de que, aos poucos, as Forças Armadas devem começar a concentrar as suas unidades, pelo menos no treinamento. E, como é raro de se ver, a cidade acordou para isso e está sabendo aproveitar, enviando representantes para eventos e se inserindo no ambiente em que os investimentos acontecem _ diz o editor da agência de notícias DefesaNet, Nelson Düring.